Todos os criadores de galos buscam a formação de um
GENÓTIPO próprio para o seu Criadouro. O Genótipo é a sua
“Marca Registrada”. Para a formação desta “Marca Registrada”
devem simplesmente adquirir aves portadores de herança genética
de sua preferência como ponto de partida para a formação e
desenvolvimento do seu criadouro que se encontra em formação.
Pode-se ainda proceder ao aperfeiçoamento do genótipo adquirido
como forma de tornar-se um criador representante daquela
“Linhagem”, no entanto, a aquisição de genótipos desenvolvidos por
outros criadores como ponto de partida para a criação, tem sido
cada vez mais freqüente entre os criadores por agregarem valor aos
seus descendentes. O desejo de cada um é possuir aves com
características próprias, portanto é indispensável que se faça uma
escolha tecnicamente correta na hora de se adquirir um galo
combatente.
Buscamos identificar (descobrir) entre os padreadores e
matrizes que dispomos, as melhores combinações de Genes,
(combinações gênicas) capazes de se manifestarem
espontaneamente na progênie. Todo o trabalho é voltado à
investigação e identificação da melhor composição genética que
podemos dispor para a formação do Genótipo do nosso criadouro.
Esta combinação deve atender aos nossos critérios de qualidade já
que dispomos de um plantel (banco genético) e exercemos sobre
ele um total controle, podendo conduzir de forma criteriosa os
cruzamentos definindo quais genes irão compor a progênie de cada
acasalamento. Sabemos que determinada progênie será parecida
com seus pais mediante princípios de hereditariedade e que, os
pais são do jeito que são porque também herdaram qualidades e
defeitos dos seus, logo o processo de hereditariedade se renova a
cada cruzamento e podemos interferir em busca da Composição
Gênica que melhor se enquadre às nossas exigências, podemos
planejar quais fatores genéticos comporão a progênie da próxima
ninhada e que seguramente serão herdados dos Pais.
Fica claro mediante o exposto que, a qualidade de uma
progênie é determinada por sua herança genética que se
manifestará no momento oportuno e, caberá ao criador selecionar
os indivíduos mais representativos e portadores dos fatores
genéticos desejáveis para constituírem ao longo do
desenvolvimento da criação o seu plantel.
A este conjunto de ações planejadas denominamos de
Seleção Genética.
1.1 Seleção genética
Devemos no início da Estação de Cria escolher
criteriosamente o genitor mediante análise do seu genótipo. Este
Galo deverá representar o melhor que podemos conseguir em
termo de “Pedigree” (conjunto de todos os seus ascendentes). Esta
escolha criteriosa deverá garantir a correta combinação de gens
que comporá o genótipo que se pretende produzir. O genitor
escolhido deve ser o mais perfeito representante das qualidades
que o credenciará a desempenhar a meritosa função de padrear
todas as progênies da Estação de Cria; em outras palavras, será
ele o pai de todas as gerações da Estação de Cria em questão.
Todas as matrizes deverão ser testadas em busca da
identificação daquelas cuja progênie exibirá as boas características
latentes em seu genitor. Cada cruzamento deverá ser lançado em
livro de Registro Genealógico do Criadouro contendo todos os
dados do genótipo do padreador e da matriz envolvida em cada
cruzamento. Efetua-se a resenha das características que se
objetiva conseguir na progênie.
Sabemos que não existem galos ou galinhas geneticamente
perfeitos, cada ave é composto por boas e más heranças genéticas,
portanto selecionamos aqueles portadores das heranças genéticas
desejáveis e eliminamos da criação os portadores das heranças
indesejáveis, com tais comportamentos estaremos praticando a
Seleção do Plantel.
Após efetuarmos no final da estação de cria a seleção de
todas as progênies, reservamos as (F-1) irmães de ninho dos
pintinhos machos considerados portadores dos fatores desejáveis
para cruzarmos no ano seguinte com o pai objetivando a fixação
destes fatores. Tal prática nos assegurará após alguns anos aformação
do Genótipo previamente planejado e geneticamente
estabilizado, podendo ser produzido por várias gerações .
1.2 Cruzamentos para formação do genótipo do
criadouro
Efetuamos o Primeiro Cruzamento (F1)
Ao cruzarmos o Galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente
AxB cumpre-nos observar que a fêmea “B” por ser filha do galo “A”
com uma fêmea “C” já possui 50% de sua genética e 50% da
genética da fêmea “C” que pretendemos eliminar de forma gradual
a medida que prosseguimos com os cruzamentos, vejamos:
CRUZAMENTO DE (AXC).
(PRIMEIRO CRUZAMENTO)
Ao cruzarmos o galo “A” com a Fêmea “C” teremos o seguinte
resultado para os 02 filhotes resultantes:
(AxC) = 50% de A + 50% de C como 50% é a metade, podemos
expressar a equação como sendo:
(AxC) = ½ A + ½ C de onde podemos concluir que ½ A + ½ C é
igual a A/2 + C/2 = (A+C)/2 logo:
A formula Matemática representa cada um dos indivíduos
resultante do Cruzamento de (AxC) e deve ser anotada no livro de
Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho.
Chamaremos estes pintinhos de F1, e a fêmea filha deste
cruzamento chamaremos de “B”, logo concluímos que os dois
pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela
formula que acabamos de desenvolver e possuem 50% do
Genótipo do galo “A” e 50% do Genótipo da fêmea “C” percentual
este representado na formula pelo denominador 2 (metade).
Cruzamento F1
O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente:
(AxF1) compreende os seguintes percentuais no Genótipo
resultante.
Podemos representar o cruzamento de (AxF1) mediante o
Desenvolvimento da formula matemática da seguinte forma:
CONCLUSÃO
A formula Matemática representa cada um dos indivíduos
resultante do Cruzamento de (AXB) e deve ser anotada no livro de
Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho.
Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F2 e a
fêmea resultante deste cruzamento de “B2”, logo concluímos que os
dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela
formula que acabamos de desenvolver e possuem 75 % do
Genótipo de “A” e 25 % do Genótipo de “C” logo percebemos que a
cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do
Genitor “A” objetivo principal do Criadouro enquanto decresce o
percentual do Genótipo da Matriz “C” que originou os indivíduos F1
e F2.
CRUZAMENTO - F2
O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B2” ou
simplesmente: (AxF2) compreende os seguintes percentuais no
Genótipo resultante.
CONCLUSÃO
A formula Matemática representa cada um dos indivíduos
resultante do Cruzamento de (AXB2) e deve ser anotada no livro de
Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pinto.
Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F3 e a
fêmea resultante deste cruzamento de “B3”, logo concluímos que os
dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela
formula que acabamos de desenvolver e possuem 87,5 % do
Genótipo de “A” e 12,5 % do Genótipo de “C” logo percebemos que
a cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do
Genitor “A” enquanto decresce o percentual do Genótipo da Matriz
“C” que originou os indivíduos F1, F2 , F3... F5. Continuamos os
cruzamentos até a obtenção dos F5 quando atingiremos O
Cruzamento Absorvente.
2.2 Representação gráfica dos cruzamentos
Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a
representação gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes
“C”, F1, F2, F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico
verificar que à medida que os cruzamentos se sucedem
incorporamos as diversas progênies à genética do Galo “A” sendo
que estas tendem a adquirir 100% do seu Genótipo, fato este
enfatizado pela curva acintosa a linha representativa dos 100%.
Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os
cruzamentos jamais atingiremos os 100%.
FIXAÇÃO DO GENÓTIPO DO Galo “A”
OBS:
Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas
cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis
portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procedem-se novas
seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para
obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”.
Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a representação
gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes “C”, F1, F2,
F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico verificar que à
medida que os cruzamentos se sucedem diluímos nas diversas
progênies à genética da Matriz “C” sendo que estas tendem a
perder o seu Genótipo, fato este enfatizado pela curva assíntota a
linha representativa a 0 % que se confunde com o eixo horizontal do
gráfico. Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os
cruzamentos jamais atingiremos os 0%.
DILUIÇÃO DO GENÓTIPO DA MATRIZ “C”
OBS:
Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas
cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis
portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procede-se novas
seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para
obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”.
Estes cruzamentos aqui demonstrados promovem a
depuração do plantel em função do Genótipo do “Genitor” definido
como galo “A” e demonstra um direcionamento de cruzamentos
consangüíneos com o objetivo de criar e fixar o “Genótipo do
Criadouro”. Devemos proceder paralelamente o cruzamento dos
melhores filhotes machos com as matrizes que lhes deram origem
como regra básica para produção de filhotes portadores do
“Genótipo Padrão do Criadouro”.
2.3 Comentário sobre o capítulo
Temos por finalidade demonstrar e sugerir aos criadores
iniciantes um direcionamento genético dos cruzamentos,
objetivamos a criação de um Genótipo para o seu criadouro, e mais,
evitar os cruzamentos a ermo sem o menor planejamento do que se
pretende obter. Reproduzir o galo em vida doméstica é sem dúvida
um ato elogiável, no entanto corremos o risco de nos
transformarmos em meros “Multiplicadores” se não dermos um
direcionamento genético com a prática da reprodução para
MULTIPLICAR COM QUALIDADE.